Segundo o art. 225 da Constituição Federal, todos possuem o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial a sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para os presentes e futuras gerações.
É
um fato que vivemos na era do petróleo, partindo do princípio de
que grande parte do país é movida por ele. Porém, buscando também
nossas leis, ou bases históricas, é necessário que tenha um
equilíbrio em tudo que é usado e a forma que é usado. O petróleo
sem dúvidas traz grandes benefícios ao nosso país e ao mundo, mas,
toda poluição, devastação e degradação causada desde a
extração, transporte, refino e consumo valem a pena? Esse é o
nosso único meio de obter energia, gasolina e outros derivados?
Vamos lá!
Os
impactos causados pelo petróleo começam na busca pelo território.
Bem perto de nós temos como exemplo o Alto Amazonas, que na década
de 70 entrou em conflito com a Petrobras. A entrada do Japão na
Segunda Guerra Mundial teve como um dos motivos à busca pelo
precioso petróleo, já que na época o Japão não possuía economia
industrial. A Alemanha durante o nazismo, dentre uma das obsessões
de Hitler, estava o apoderamento do petróleo com a seguinte
argumentação: “Os
meus generais sabem nada sobre aspetos econômicos de uma guerra”.
Esses
são alguns exemplos dentre tantos outros, onde não só o solo se
torna infértil, como a economia é abalada e a sociedade também.
Extração
Nos
mares o petróleo causa danos de formas variadas, começando pela sua
extração. Quando ocorre algum tipo de vazamento devido a sua
composição química (hidrocarbonetos, nitrogênio, enxofre e
oxigênio) ele afeta os peixes, as plantas e toda a ecologia daquela
região específica, podendo impedir a passagem de oxigênio, matando
em curto prazo muitos
peixes
que dependem da superfície para respirar e em longo prazo, peixes
que vivem no fundo. Impedindo a passagem de luz e fazendo com que as
algas não consigam realizar a fotossíntese, o oxigênio disponível
se torna ainda menor, e o prazo de vida dos peixes mais ainda. Além
disso, tem as aves, que acabam se afogando
devido a
suas penas que ficam cobertas de óleo. Ou seja, um pequeno vazamento
de petróleo mesmo que pequeno, sempre acaba em grandes catástrofes.
Transporte
O
petróleo, após ser extraído vai primeiramente
para os portos de embarque, no qual os meios de transportes são os
dutos que transportam gás (gasodutos) e óleo (oleodutos) que podem
ser terrestres ou submarinos, e os navios superpetroleiros que
atracam em terminais marítimos e então os dutos são usados
novamente para encaminhar a matéria ao seu destino, um deles a
refinaria. Os vazamentos normalmente acontecem nessa etapa, mas
também podem ocorrer em outras. A ONU, com intuito de diminuir os
desastres causados pelos vazamentos, criou a obrigatoriedade do casco
duplo nos petroleiros. As catástrofes que podem ser causadas pelo
rompimento de um duto são incalculáveis, um exemplo é o acidente
com o navio Prestige em 2002, que durante uma tempestade um dos
tanques começou a vazar e todo ecossistema local foi afetado, sendo
considerado, desde então, o maior naufrágio e desastre ambiental
causado da costa da Espanha.
Refino
Durante
o refino a intenção é deixar somente o que é interessante para o
mercado econômico, e isso inclui retirar do petróleo alguns de seus
componentes que serão variados de acordo com o reservatório.
Durante esse processo, toda essa matéria que não será aproveitada
se transforma em compostos químicos que serão liberados em forma de
emissões na atmosfera. Toda a queima realizada para gerar vapor
libera em alta quantidade CO, SO, NO, e mesmo as emissões sendo
relativamente pequenas, quando somadas resultam em grande matéria
poluente. Efluentes líquidos são liberados pelas refinarias,
normalmente não de propósito, onde eles escoam para o solo ou mesmo
para as águas diretamente - considerando o volume liberado e a
constância em que isso acontece - graves problemas são causados. E
os resíduos sólidos que são gerados, principalmente durante o
tratamento dos efluentes líquidos, necessitam de um tratamento antes
do armazenamento em longo prazo, pois sua toxidade aumenta. O refino
do petróleo atinge então todos os tipos de ambiente: ar, água e
solo.
Consumo
e mudanças
O
petróleo é utilizado por nós de diversas maneiras, desde produtos
de beleza até a gasolina do carro ou a energia que chega à nossa
casa. Sem dúvidas é algo extremamente importante para nossa
sobrevivência, entretanto, do mesmo modo que é um benefício, é um
malefício. Devido a esses malefícios o mundo procura uma forma de
substituir o petróleo, e o Brasil já atua nisso, utilizando somente
37% do combustível na energia sendo o restante de energias limpas e
renováveis. Alguns especialistas se apegam na ideia de energia
solar, ventos e biomassa, fontes de energia que ganharam espaço no
mercado, e que de acordo com dados de 2008 essa fonte já supria 18%
da necessidade
energética global com tendência a aumentar e segundo dados de 2015
no Brasil mais de 42,5% da energia é renovável.
Percebemos
então que talvez os desgastes causados pelo petróleo não sejam tão
vitais quanto pensamos e que existem fontes diversas de obter o que
ele oferece, de forma segura ao meio ambiente e eficiente para nós,
suprindo as necessidades essenciais para a sobrevivência nos dias de
hoje.
REFERÊNCIAS
JUSBRASIL.
Art. 225 da
Constituição Federal de 88. Disponível
em:
<https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10645661/artigo-225-da-constituicao-federal-de-1988>.
Acesso em: 21 Abr. 2017.
SPUTNIKBRASIL.
Cinco guerras pelo
petróleo que acabaram em desastre. Disponível
em:
<https://br.sputniknews.com/mundo/201601143298141-petroleo-violencia-historia/>.
Acesso em: 21 Abr. 2017.
BARBOZA
MARIANO, JACQUELINE. IMPACTOS
AMBIENTAIS DO REFINO DO PETRÓLEO.
Disponível em:
<http://www.ppe.ufrj.br/ppe/production/tesis/jbmariano.pdf>.
Acesso em: 21 Abr. 2017.
FOGAÇA,
JENNIFER. COMO É FEITO O TRANSPORTE DO PETRÓLEO?. Disponível
em:
http://brasilescola.uol.com.br/quimica/como-feito-transporte-petroleo.htm>.
Acesso em; 21 Abr. 2017.
EURONEWS.
Prestige: O maior desastre ambiental em Espanha. Disponível
em:
<http://pt.euronews.com/2013/11/13/prestige-o-maior-desastre-ambiental-em-espanha>.
Acesso em: 21 Abr. 2017.
FOLHAONLINE.
Entenda o desastre ambiental provocado pelo Prestige na Espanha.
Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u7895.shtml>.
Acesso em: 21 Abr. 2017.
ADEODATO,
Sérgio. É possível viver sem petróleo?. Disponível em:
<http://horizontegeografico.com.br/exibirMateria/220>.
Acesso em: 21 Abr. 2017.
GONÇALVES,
Bianca. É possível viver sem o petróleo?. Disponível em:
<http://oficinaderedacoes.blogspot.com.br/2010/06/e-possivel-viver-sem-o-petroleo-html>.
Acesso em: 21 Abr. 2017.
PORTALBRASIL.
Energia renovável representa mais de 42% da matriz energética
brasileira. Disponível em:
<http://www.brasil.gov.br/meio-ambiente/2015/11/energia-renovavel-representa-mais-de-42-da-matriz-energerica-brasileira>.
Acesso em: 21 Abr. 2017.
FIGUEIREDO
LENGRUBER, Ana Paula et al. Consequências
do Refino do Petróleo
no Meio Ambiente.
Disponível
em: <file://C:/User/Joelma/Downloads/6760-18445-1-SM.>.
Acesso em: 21 Abr. 2017.
Por: Tatiana Campos Bôa
Comentários
Postar um comentário